Você me traz para vida em uma teia de sentimentos intrínsecos de raízes profundas e verosímeis
Em um emaranhado de tramas de desejos confessáveis ao pé-do-ouvido
Coloco-me ao seu alcance
Até que dispare em minha direção seu olhar amante
Que me acolhe, aconchega, recebe:
-Eu te amo,
-Eu sei.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
procurando van Gogh!
Como a força de camadas em pensamentos perigosos, pela janela da casa aberta, viam-se a palavras “rubras, góticas, alto de corpo e de copos” do poema de Hilda Hist, sendo lidas extasiadamente.
Deitada ao chão, espalhada em um tapete branco felpudo, com uma displicência envolvente, passara aquela madrugada, com uma ansiedade que a obrigava a sentir a noite toda o vento gélido vindo daquela angustiante janela aberta.
A luz fosca refletia o vermelho que vinha da taça, estrategicamente colocada ao alcance de suas mãos. Naquela velha vitrola que ganhara meses atrás da sua amiga de infância, o ruído denunciava um vinil, que deixava escapar no ar a voz feminina nos acordes do jazz e a embriagava em um clima de segredo e encanto.
Era um cenário perfeito e seus gestos teatrais deixavam claro o prazer em se sentir tão melancólica e sozinha aquela noite, com estes pensamentos que ela olha para imensidão do mundo da sua janela e diz com um olhar dissimulado:
“Não consegui encaixar Van Gogh na descrição!”,
segue um destes sorrisinhos marotos e com um dos seus olhares pretensiosos, fecha a janela vagarosamente.
O que se vê, lá de dentro, é uma total escuridão e Ella Fitzgerald cantando ao último volume.
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