Eu tinha acabado de ser apresentado a ela quando cometi a impertinência feliz de perguntar como havia feito para implantar-se de tal modo naquele mundo tão distante e diferente de seus penhascos de ventos do Quindío, e ela me respondeu de chofre:
— Eu me alugo para sonhar.
Na realidade, era seu único ofício.
Gabriel Garcia Marquez.
Eu lembro, eu era pequena, não muito pequena, mas, pequena e
dançava rodopiando feito uma louca, uma louca pequena que quanto mais rodava e rodava e girava e cantava
mais parecia que iria voar, voar, voar, para o sonho mais distante, mais longe,
mais bonito, mais colorido, mais
possível.
É possível?