sexta-feira, 5 de agosto de 2016

DOM QUIXOTE DE LA MANCADA: o cavaleiro mediano.

Apaixonava-se pela ideia de se apaixonar, e que importância quem fosse?
Que importância ser loira, morena, ruiva, carinhosa, fria, louca, frigida, boa, fiel ou infiel,de bordel, de rua, de casa, Amélia ou Geni, Vânia ou Ana Júlia, Camila ou Lucille, Dulcineia ou Afrodite? Que importa? Que importância tem a impossibilidade ou a probabilidade? Que importância tem a estação, o frio, o gelo ou o sol da realidade escaldante? Era a paixão pela ideia de se apaixonar!!!! A paixão ideal dos sonhos de adolescência, da solidão, dos anos mau vividos, da vida limitante do interior,   da superficialidade da falta de amor. Queria a menina, moça, mulher: a paixão. Embriagava-se e beijava a ideia da paixão. A cada desfecho, a decepção. O frio superficial da desilusão, e, então, desta mesquinharia de sentimento, dava-lhe o nome  de AMOR! Atingia o pico da sua possibilidade de sentimento: A M O R , alimentando sua autoestima, por ter alguém  apaixonado implorando sua volta  ou do desprezo, a humilhação final de ser rejeitado, o drama e tinha a certeza ridícula de encontrar  a  perfeição do amor no mito do "amor não realizado". Aceita migalhas, aceita destruição sendo o otário do romance, mas, se autodefinindo como o especial, o único, o incompreendido. Próxima!!!! Olha rapidamente para os olhos vazios e pífios da moça, e, dedica a ela, versos da canção de amor.......e.............. lá vai ele transformar Roxanne em Dulcinéia, princesa dos seus castellinhos de vento.
Que mancada, Dom Quixote!Isto são migalhas. São farelos de pão aos pombos famintos. 

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