segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

DESPEDIDA




O que a lagarta chama de fim do mundo, o homem chama de borboleta
Richard Bach


O mundo iria acabar.



Cerca de 24 horas e não existia o que fazer. Não existia mais o que pensar. O mundo ia parar de girar e os pés voltariam a se prender no chão. O coração voltaria a bater no ritmo cotidiano e pelas narinas apenas um fio de ar vazio e com cheiro de resto de vida decretaria a morte.


Entraram e todas as janelas foram fechadas com grossas cortinas e na estranha escuridão do lugar apenas uma fresta vazia anunciava como uma ampulheta de luz, o restante do tempo de vida.

Tiraram todas as roupas e ali, deixaram que o ultimo volume de um blues com a voz de Clapton se despedisse deles com um aceno triste e de até breve.

2 comentários:

marcela primo disse...

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Lindo...

Pena que o "até breve" tenha se feito "jamais", no meu caso.

Mas, então é a borboleta e eu nem tinha percebido?

Lindo, Renata.

Eu estava precisando vir aqui há tempos, pra respirar a sua poesia. Aos poucos, vou reler os textos passados.

Beijo.

§

Anônimo disse...

Clapton tocando e um até breve, mas se este até breve num existisse?? A despedida sempre é dolorosa porq nem sempre um até breve quer dizer q possa voltar...
Bjs pra tu Renatinha..curto bastante teus textos...