Você acendeu uma enorme fogueira na noite de São João nas montanhas da Galícia e dançou com ela umas
danças estranhas para espantar as bruxas, depois me deram algo para tomar e vi as
cores da Índia que me falava e fiquei tão atordoada com os cheiros e gostos que
desmaiei no gramado. Mas, não havia tempo, eu lembro!!! E mais... Fui com vocês
para Cartagena das Índias e passamos pela Suécia para dar um beijo no pai que sucumbia
de uma doença misteriosa contraída na selva amazônica em um tipo de areia
movediça cheia de sanguessugas que lhe roubaram o amor e o perdão. Você bateu
em seu rosto e disse, “perdoa”! Eu
lembro. E...lembro que a manhã cheirava orquídeas mesmo com o neve lá fora e que Tamara de Lempicka me olhava enquanto andava nas ruas de Chueca. E lembro que imaginava seus olhos azuis e nunca esqueci o seu sorriso
de menino descobrindo o Marrocos com o som do Zeca Baleiro nos dizendo que o
cara mais undergroud que ele conhecia era o diabo. “Cruzcredo” eu só queria que
o momento fosse eterno... sem pactos com diabo ou com bruxas. Eu lembro.... Desmaiei no gramado.
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