Acho que essa tarefa lhe dava algum estado.
Estado de pessoas que se enfeitam a trapos.
Catar coisas inúteis garante soberania do Ser.
Manuel de Barros
Minhas velhas roupas,
já não preciso mais sobre a flor da minha pele
E aqueles sapatos com saltos em altos padrões,
não me servem para a areia
O que brilha em minhas orelhas,
não mais reluz como diamantes
E o que ressalta em meus olhos,
não são pinturas de estojos de artifícios
O que se mostra para ser,
eu descarto!
Não me serve o que se apalpa, o que se pega e que se guarda
Não quero o que se quantifica, o que se conta e o que se soma
Nada de excessos para carregar
Sem COISAS para me espelhar
Cem SENTIMENTOS para flutuar
Cem SENTIMENTOS para flutuar
Andarei leve em liberdade
Profundamente cheia.
Superficialmente vazia.
5 comentários:
Genial, de matar e morrer de inveja diante de tanta poesia.
beijos e saudades
O transe poético é o experimento de uma realidade anterior a você. Ela te observa e te ama. Isto é sagrado. É de Deus. É seu próprio olhar pondo nas coisas uma claridade inefável. Tentar dizê-la é o labor do poeta." Adélia Prado
Parabéns amiga!Muito linda tua poesia...
Bjus
Adorei o poema! No primeiro verso do dístico que fecha o desenvolvimento (ou 1a parte) do poema, falta um "o", né? Pergunto porque quero divulgá-lo nos meus blogs - e daí já arrumo. Ah! Já declamaste "o poema" para as paredes? Quase sempre os vizinhos também ouvem! Beijos!
PS: e é mais imediato do que esperar os que virão depois... (he he he brincadeirinha!)
belo! basta-nos a pele e o que ela reveste.
beijos.
"Não há nada mais profundo que a pele." (Paul Valéry)
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